Boletim | Julho 2025

Editorial

COMUNGAR: VONTADE OU RESPONSABILIDADE CRISTÃ?

Vivemos dias em que a fé, muitas vezes, é conduzida mais pelo que se sente do que pelo que se crê. Em meio a uma geração movida pelo “gosto” ou “não gosto”, corremos o risco de transformar a comunhão cristã em um simples item opcional, que só se pratica quando se tem vontade. Mas será que é assim que a Bíblia trata o relacionamento entre os irmãos em Cristo?

Desde o início da igreja, a comunhão nunca foi tratada como algo secundário ou acessório. Em Atos 2:42 lemos que os crentes perseveravam “na doutrina dos apóstolos, na comunhão, no partir do pão e nas orações”. Não era uma opção. Era uma marca! A comunhão é a expressão visível da nossa união com Cristo. Se fomos reconciliados com Deus, também fomos chamados a viver reconciliados uns com os outros (2 Co 5:18).

Participar da vida da igreja, estar presente nos cultos, grupos pequenos, orar juntos, servir uns aos outros e repartir não é algo que se faz apenas quando se tem tempo ou disposição. É responsabilidade cristã. É obediência. É maturidade espiritual. João chega a afirmar: “Se alguém diz: ‘Eu amo a Deus’, mas odeia seu irmão, é mentiroso” (1 Jo 4:20). Em outras palavras: o amor a Deus se mede na prática da comunhão com os irmãos.

Claro que haverá dias difíceis. Momentos de cansaço, de lutas pessoais, de crises internas. E justamente por isso a comunhão é tão essencial. É nela que somos fortalecidos, exortados, consolados. Deus nos fez corpo. E nenhum membro do corpo sobrevive sozinho.

Portanto, ao pensarmos sobre comungar, não devemos perguntar apenas: "estou com vontade?", mas sim: "estou sendo fiel ao chamado que recebi?". Comungar é mais que um sentimento: é um ato de fé, de amor e de obediência. É, antes de tudo, responsabilidade cristã.

“Consideremo-nos também uns aos outros, para nos estimularmos ao amor e às boas obras. Não deixemos de congregar-nos, como é costume de alguns...” (Hebreus 10:24-25)